sábado, 8 de março de 2008

Pra não dizer que não falei de flores...

Todos escreveram sobre o tal dia da mulher. Todos. E cá estou, a reboque do discurso da maioria, a fazer o mesmo. Na minha cabeça (ou na cabeça da feminista que mora na minha cabeça), essa coisa de dia da mulher não passa de piada de mau gosto. Acho o fim da picada. O pior é que, ainda assim, ainda que a Simone de Beauvoir que mora em mim surte, tenho que me render. Ser mulher não é fácil. A desgraçada tem de ser bonita, gostosa, inteligente, bem sucedida, reprodutora de boa qualidade e ainda ter algo mais para se destacar na vida. Dá um livro. Eu, particularmente, sou um catálogo de tipos. Há os que conhecem mais a durona, aquela que não deixa barato e peita qualquer criatura que se atravesse, independentemente dos cromossomos. Há os que conhecem a sensível, a meiguinha, que vezenquando dá o ar da graça, chora, se descabela de tristeza e ainda faz beicinho. Há os que conhecem a louca, a desvairada. Há os que conhecem a romântica. A megera. A vulgar. A princesa. A professora. A justiceira. Quando houver quem prove de todas elas e reconheça que é justamente na diversidade da alma que reside sua grandeza, neste dia, então, ela estará pronta a receber flores.

3 comentários:

Anônimo disse...

Na verdade são todas parte de uma mulher única e maravilhosa.

Anônimo disse...

Na verdade são todas parte de uma mulher única e maravilhosa.

Germano Viana Xavier disse...

Adorei, Lu!
E feliz daquele que provar de todos os teus néctares...

Feliz daquele...

Beijos!
E vê se aparece...
Germano