sábado, 17 de março de 2007

Um circo chamado Brasil II

Realmente esse país não tem esperança. É incrível como os representantes das instituições criadas para atuar em defesa dos cidadãos e da própria nação, nas questões de relevância nacional, não têm mais vergonha na cara. Na Veja da semana passada, o insuperável Diogo Mainardi relatou seu embate com o Ministério Público Federal, o qual, pelo que ali consta, acusa-o de preconceito e menosprezo aos nordestinos, em razão de um comentário seu acerca do senador Luiz Eduardo Dutra do PT.
Definitivamente, ou o Procurador da República responsável pelo caso tem tempo ocioso sobrando ou seu senso de prioridade sofreu algum desajuste. É inacreditável que se perca tempo e dinheiro público na instrução de um processo dessa natureza. Na verdade, inacreditável não é, pois no Brasil o absurdo é habitué na agenda pública. De qualquer modo, é inconcebível. Qualquer um que tome conhecimento das atribuições do MP Federal, verá que a lista é imensa e abrange questões de segurança pública, meio-ambiente, finanças públicas, sistema tributário, previdência social, saúde, educação, dentre outros temas.
Não posso entender como sobra tempo para instaurar procedimento contra colunista de revista semanal, que mais não faz do que nos fazer rir da desgraça nacional.
Todos os dias, sem exceção, o MPF poderia tomar alguma procidência contra algum político corrupto, contra a ineficiência do Estado, contra a barbárie das ruas, contra a barbárie institucionalizada, contra a sujeira embaixo dos tapetes vermelhos....
Parece piada. E que interessante, justo no governo Lula, tão sério. Sinceramente, tenho lá minhas dúvidas se haveria acusação de preconceito antinordestinos caso o tal senador não fosse do PT. Não sei o que é pior, o Procurador perder tempo com uma acusação esdrúxula ou apresentar tal acusação deliberadamente com intuito sabe-se-lá de que. Talvez queira apenas aparecer, pode ser. O Ministério Público, com essa coisa toda de unidade, teoricamente não confere espaço para egos mais inflados. Teoricamente, que fique bem claro.
Bom, não poderia deixar de me apresentar solidária ao Diogo Mainardi, figura tão necessária à sanidade dos ainda pensantes e de manifestar minha repulsa à politicagem que permeia as instituições deste país.

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