domingo, 2 de agosto de 2009

Vontades, cercas e cronômetros

O fato de ser o mundo muito maior do que nosso campo de visão não nos impede de, inconscientemente, considerar que os limites do possível são nossos próprios limites. Tal equívoco talvez seja o grande responsável pela mediocridade humana em geral. Schopenhauer dizia algo semelhante, sobre o homem limitar o mundo à sua capacidade de enxergá-lo.
E, aí, reside toda a confusão da vida: a pouca ou nenhuma possibilidade de existirem visões iguais em extensão ou profundidade é a causa da comunicação lenta e da conseqüente impossibilidade de atingir pontos superiores de existência.
Além disso, não se chega às alturas passando o caminho todo renegando a necessidade de abandonar o peso da bagagem.
Em outras palavras, uns não sabem bem aonde podem chegar e outros tem medo de dizê-lo.
O drama, porém, torna-se mais agudo na medida em que o tempo restante diminui e os limites, ironicamente, se ampliam.
Se o saber que todos os muros são feitos de névoa nos fosse revelado quando o cronômetro iniciasse a contagem, seríamos mais felizes?
Seríamos capazes de vivenciar a plenitude de um mundo de infinitas possibilidades?
Ou a ausência de medo simplesmente nos mataria?
As perguntas, porém, restringem-se aos limites existentes e, para nosso (des)conforto, jamais terão resposta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lu, nao creio na sua fonte de creatividade de continuar postando nessa frequencia! Vc realmente eh uma bonafide escritora. Sua escrita cresceu, junto com suas ideias e para uma leitora mediocre como eu, especialmene depois de 2 tacas de vinho, ficou ate dificil de entender. Estou trabalhando para conseguir transceder a esse nivel :) Mas com algum esforco consegui acompanhar suas ideais e apreciei seu ponto de vista. Adoro ler sobre reflexoes da vida.
You keep amazing me with all that you have become.Keep it up girl, have u written a book yet? Beijoss
Karen V.