quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A essência e as transformações (ou Rock'n'Roll will never die)

Sempre é tempo de superar o saudosismo. Aliás, reconhecê-lo em nós mesmos já é um começo. Inúmeras vezes critico os mais velhos por não apresentarem mente aberta a novidades, a rupturas necessárias, a mudanças. Enfim, por apresentarem resistência ao movimento natural do mundo. O desconforto gerado pela iminência de transformação nada mais é do que sintoma da acomodação que chega com a idade e também da dificuldade de adaptação a estruturas cujos alicerces não dominamos ou simplesmente desconhecemos.
Li uma entrevista de Axl Rose na Billboard.com, onde ele declara que jamais voltará a trabalhar com os antigos membros do Guns n'Roses, especialmente com Slash, e que o velho Guns não será ressuscitado, a despeito das súplicas do fãs, pois os conflitos que tiveram foram de tamanha gravidade, dentro e fora do showbiz, que a convivência é inimaginável.
O assunto pode soar superficial, mas a notícia, para mim, foi ao mesmo tempo terrível e iluminadora. Sempre fui fã do Guns (quem me conheceu na adolescência sabe bem) e o objeto do meu facínio era o cara da cartola. (Claro que achava o Axl o máximo - e que mulher não o acha até hoje, a propósito?-, mas isso é outro assunto).
Até ler a tal entrevista, ainda tinha a esperança de vê-los juntos novamente. Na minha cabeça, a antiga formação voltaria aos palcos para reviver os momentos mágicos do rock do final dos 80 e início dos 90.
Agora, contudo, a ficha caiu. Estou com quase 32 anos. Já sei que, apesar das diversas fachadas, pessoas são pessoas. E pessoas causam dor umas às outras por fatores de toda ordem: dinheiro, ignorância, má-fé, imaturidade e até enganos. A lista pode ser extensa e ainda assim, apenas exemplificativa. Olhando de hoje, também coleciono algumas pessoas com as quais eu não trabalharia novamente, tamanha a dor que me causaram - e também a outros envolvidos.
Quando se coloca a vida em algum projeto e este projeto é abalado por conflitos pessoais irremediáveis, não há outra opção que não a de seguir em frente realizando as alterações necessárias de rota.
Não existe superbonder para confiança quebrada.
E a vida segue, demandando atenção ao que é realmente essencial.

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