sábado, 2 de agosto de 2008

contradições de luciana f.

Sábado. Você dorme até às 11:30h, semi-acorda, olha pro lado e sente-se a criatura mais feliz do mundo porque está frio, chovendo e você pode se enroscar naquela pessoa ali também semi-acordada, sem hora pra levantar. Depois de reviravoltas de cobertas e sussurros e fluídos, você dá mais uma cochilada, para então, já doído o corpo, levantar.
Sábado. Você trouxe trabalho pra casa. Coisas complicadas que demandam concentração e boa escrita. Você até gosta, mas ainda assim, é trabalho. Você começa a fazer rascunhos mentais e esquematizar o uso do tempo.
Sábado. À noite, ele vai tocar. Sempre gosto de assistir seus shows. Sempre me dão uma sacudida boa.
Sábado. O capuccino me f* o estômago. Entrei e saí do banheiro algumas vezes já.
Sábado. Estou ansiosa, atucanada, com pressa. Fiquei de pegar um filme no caminho, as até às 16h, pra nào atrasar a ida pra passagem de som.
Agora são 16:50. Estou de roupão, ainda não sequei o cabelo. Minha barriga faz ruídos como se avisasse que não posso cronometrar as ações do sábado como faço durante a semana. Sábado deveria estar adstrito às vontades imediatas e não às agendas.
Neste exato momento estou aderindo: deu vontade de escrever e cá estou.
Mas o prussiano que habita em mim já me olha atravessado e diz: atrasada! incompetente! decepcionadora de pessoas! frustradora de expectativas!
O que eu faço com esse cara, hein? Por que eu não posso ser uma loser nos finais de semana?

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