quarta-feira, 9 de abril de 2008

Oficina de Crônica: a saga continua


Outro "C". E esse realmente foi merecido. A disciplina me falta, assim como a inspiração. Acho que estou com bloqueio criativo. Será? Ou esse é outro nome para preguiça? Bom, o fato é que o esculacho me abriu os olhos. De qualquer modo, eu me divirto. Pobre do professor, acho que até ficou com pena ("Luciana, querida: ..."). Bom, seguem os comentários abaixo do texto. Acrescento a informaçao de que houve vários riscos, rabiscos e círculos na folha entregue. (E ainda assim continuo achando o máximo. Sou masoquista?) Ah, os asteriscos eram para treinar o estilo de separação dos parágrafos. Voilá, o texto 4.



Superdosagem de amor não tem efeito colateral. Mesmo misturado com álcool. A não ser é claro, se for amor vencido – aí pode causar enxaqueca das brabas. Mas doses elevadas de um bom amor são tiro e queda. Amor intravenoso. Amor intramuscular. Pode até ser genérico. Uma ampola de manhã faz você agüentar, tranqüilamente, uma fila de três horas na Polícia Federal para renovar seu passaporte. E sorrindo.
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Você não pensava em ir de férias para a Jamaica. Afinal de contas, você não suporta calor, Bob Marley e gente que fala inglês com sotaque engraçado. Seus planos se restringiam a um tour pela região da Alsácia, pois andava, ultimamente, interessado nos vinhos brancos de lá. Vinha sonhando, efetivamente, com o bouquet de um bom Gewürztraminer.
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Um tratamento intensivo de amor em doses cavalares fez-lhe mudar. Dez horas sentado ao sol, quarenta graus à sombra (caso houvesse sombra), vestindo sunga nas cores da bandeira jamaicana, e você sorri. Você, agora, suporta o inferno sorrindo. Não lembra sequer de seu nome, quiçá dos vinhos franceses.
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Não dá para se dizer que paciência aguda seja efeito colateral negativo do excesso de amor. A não ser que seja algum produto similar, aí pode até ser. Amor genuíno, aquele da fórmula original, causa generosidade em estágio avançado, isso sim. Mas isso não tem contra-indicação, eu lhe garanto. Não confunda, portanto, todas essas coisas do coração, pois há o risco de invalidar a terapia.
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Na volta das férias, mesmo com a febre da insolação, você sorri. Você sorri porque sabe que amor bom não tem prazo de validade. Sorri porque se deixou dopar. Porque a fronteira leste da França continua sendo a Alemanha e, em algum outro dia, quando o amor quiser, degustará seu vinho branco sem rancores, sem arrependimentos e com muita história para contar. Sorrindo sempre, claro
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COMENTÁRIOS, CORREÇÕES, ESCULACHOS, ETC: "Períodos não escorrem: dificuldade de início. Excesso de bengalas. Sem entusiamo. Luciana, querida: onde está o mote explosivo da crônica? Não há! Evasivo. Onde está o exemplo? Enunciado confuso, truncado.

4 comentários:

Luciana F. disse...

a foto do texto garantiu o drama, fala a verdade?! hehehehe

Anônimo disse...

Gosto do teu humor com relação às crônicas.
Beijos imensos.


Palmeira

Luciana F. disse...

Eu sou a primeira a rir de mim mesma - e olha que não é compensação, eu acho engraçado mesmo!!! rsrsr...BJosss

Ana disse...

Sabe?

É um belo momento esse, teu!

Escrever, submeter à avaliação e publicar tudo aqui, no teu blog!


Sem vaidade, sem medo.

E tem generosidade nisso... Quem lê estes posts aprende muito!

Admiro Carpinejar. Conheci vc através do blog dele e estou adorando este exercício de criatividade e esta troca!