quarta-feira, 9 de abril de 2008

Eu quero mais é me vender

A prostituição literária me atrai. Eis a explicação para minha angustia dos últimos dias. Amo Machado, amo Pessoa. Idolatro Dostoievski, suspiro em Garcia Marques. Mas quero ser como a Martha Medeiros, o Diogo Mainardi e o David Coimbra. Quero ser íntima do leitor não porque o seduzi com meu texto, mas porque ele levou o jornal para ler no banheiro. Honestamente, pouco me importo de devorar Sartre e ter de comentar Shinyashiki.


Começo a pensar que os grandes escritores são hipócritas. Ou uma página de revista semanal não é digna de suas penas virtuosas? Gosto de escrever para que me leiam. Sim, eu tenho também a maldita necessidade de expelir meus demônios entranhados por meio das palavras – mas, se não bate no ouvido alheio, não tem graça nenhuma.

E poesia, então, nem se fala! É como piada interna. A maioria faz cara de paisagem. Para que, então, suar pela métrica perfeita? Reservo a boa safra aos iniciados. Aos demais, ajudo a se ajudarem – e eles refletem minha veia mais obtusa (e essencial, diga-se). Assim faz-se dinheiro, suponho.

Meu pragmatismo lhe é repugnante? Então preste atenção nas publicações periódicas que circulam por aí e depois conversamos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na Cultura, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não. Eu conheci / conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos. A você eu amo.
Beijo.

Caio.

Luciana F. disse...

Olá Caio, obrigad pela visita. É, realmente, esse mundinho não vale nada - mas há vezes em que a gente se revolta mesmo...dá um desconto...rsrsrs....apareça sempre, contribuições são sempre bem-vindas!
Bjo
Lu