Desate meus nós. Desfaça as amarras aqui de dentro. O ar fica mais e mais rarefeito à medida que o tempo passa. Destrua meus castelos. Não preciso mais de reinado. Meus vestidos continuam bordados com diamantes e a redoma que me salvou, agora causa cegueira do lado de fora. Desamarre-me. Desloque-me. Ponha-me à deriva da linha reta. Não quero ter de me explicar ao mundo. Por que os holofotes não mudam de direção? Destrua os monstros do meu sono. Desalinhe-se por mim. Descontinue-se por mim. Desajuste-se. A areia esvai-se na ampulheta. Quero criar o mundo novo que seja admirável aos seus olhos apenas. Que a realidade desmistifique-me a fórceps. Pouco me importa agora o olhar por detrás das paredes. Desenfrear-se é preciso. Desviar-se da vontade, não.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
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10 comentários:
Eu classifico este texto como um poema em prosa. De um mergulho existencial fundo-profundo/sem-fundo. Infundamentável? Não! Fundamental, mormente para o existir.
A gente sempre precisa de nossos "afundamentos"...
Um beijo no coração, Luciana!
Apareça!
Germano
www.clubedecarteado.blogspot.com
É. Ficou bonzinho... O que vem agora? Adaptações de Tabacaria e Lisbon Revisited?
é daquelas horas que precisamos arrancar de dentro algumas palavrinhas de auto-alívio...ponho pra fora do jeito que vem, às vezes fica bom....rsrsrsr...bjosss
pq o anônimo que quer mostrar que conhece Pessoa não se identifica?
é que é maçada fazer parte da companhia...
bj
hahahaha.....boa....ok
Valeu a visita, Luciana!
Comentário recebido e respondido.
Está lá!
Sempre por aqui.
Beijos...
Germano.
Você, uma alma encantante que usa como vestes as próprias palavras. Ébria de seus silêncios e respectivas reflexões. Abraços poéticos.
Obrigada Alessandro! Apareça sempre, pois comentários inspirados são sempre bem-vindos!!! Abraços.
AH, apenas pra deixar claro: é óbvio que as ultimas duas frases do post aludem às "palavras de pórtico" pessoa...assim como o mundo novo é alusão à huxley.. .então, eventuais anônimos, não me atucanem....thanks. bjos.
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