terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Paciência

Eu sou descaradamente imediatista. Isso é fato. Quero tudo pra ontem. Pago o preço, evidentemente. Pensei nisso agora quando colocava a moldeira do clareamento dentário. Há mais de mês resolvi deixar os dentes mais brancos. Incomodei a Dra. Renata pra me arrumar um horário. Sorte que ela é minha amiga de anos, senão não me aguentaria. Além da sessão no consultório, ela me deu uma moldeira pra usar em casa e me disse: eu sei que tu não usará a noite inteira, por isso te dou esse produto que necessita apenas de uma hora de uso por dia. Achei ótimo! Fiz todos os dias durante uma semana. Depois, dia sim dia não. Agora devem fazer uns 15 dias que não usava. A questão é que, como os dentes não ficaram branquinhos na primeira vez, já fui perdendo a paciência. Ocorre que as coisas na vida demanadam doses gigantescas de paciência. Paciência para ganhar o dinheiro necessário para comprar o apartamento. Paciência para esperar o dia de estar na sacada de um hotel à beira-mar apreciando a vista (e a vida). Paciência para esperar que os outros esqueçam o que devem esquecer e lembrem o que devem lembrar. Paciência para entender o ritmo do mundo. Paciência para esperar que muita coisa saia da cabeça e se materialize. Paciência para suportar não ter agora para ter depois. Paciência para que o coração não exploda antes do tempo. Enfim, paciência para tanta coisa que talvez deva haver paciência para que sejamos pacientes. Vejo que esse é o meu obstáculo. Mas também será meu aprendizado. Desafiante, mas transponível. Aliás, fora a morte, o intransponível pra mim é pura ficção.
(Ok, desabafei e sigo o baile. Lembrei até da trilha sonora...)

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