sábado, 1 de dezembro de 2007

Jump

Ninguém disse que seria fácil. Haja Haagen-Dazs. Semana que vem vai ser a semana da sibutramina. E viva o equilíbrio. Aliás, equilíbrio é tudo na vida. As coisas mudam tanto e tão rapidamente que, se não nos segurarmos em algum poste em alguma esquina do nosso cérebro, somos levados pela ventania. E vai se achar depois?! Bem complicado. Às vezes é preciso parar, olhar pra baixo, sentir medo e, mesmo assim, pular. Ainda que na hora do salto fechemos os olhos. É essencial pra sanidade (pra minha, ao menos) que, hora ou outra, haja um mergulho. De ponta. Porque é na tempestade que se prova a capacidade do bote salva-vidas. Cada um sabe de seu bote, mas o fato é que sem usá-lo, não se tem garantia de que ele funciona. Há vezes em que mergulhamos em águas totalmente desconhecidas, com ondas e tudo. Mas tudo bem, o negócio é não se afogar e nem ficar à deriva. Eu pulo, mesmo não sabendo nadar. Quem afunda com o barco são os medíocres. Quem afunda com o barco são os fracos. Os covardes, os pequenos, os vis e os sem visão. Estes afundam com o barco. Mas não sou egoísta, não. Eu pulo pra me salvar, mas também quero salvar todos que puder. Basta querer ser salvo. Minha mão tá sempre lá. Faço isso porque sinto que devo. Não apenas porque sempre tive mãos à minha disposição. Claro, há sempre o risco do bote não aguentar a lotação, mas arrisco mesmo assim. Eu arrisco não porque sou inconseqüente, mas porque acredito que tenho plena capacidade de superar os limites do que reconhece minha consciência. Há muito mais por trás do que posso ver. E há muito mais por trás do que deixo ver em mim. O salto talvez seja um grito abafado de socorro, uma cena dolorosa para a qual viro o rosto. Sim, o salto pode ser fuga, eu sei. Mas, ainda assim, agora, estou me permitindo sentir que não vou morrer na queda.

Nenhum comentário: