sábado, 17 de novembro de 2007

Sem filtro

Ele me chamou pra ver um filme que eu adoro. Tava passando na TV. Boa intenção, eu sei. Pra ver se melhorava meu humor. De fato, eu amo aquele filme. Não apenas porque o Hugh Grant é o máximo, mas porque a história faz a gente acreditar que é possível um conto de fadas no mundo contemporâneo. Toda a vez que eu vejo esse filme, eu choro. Mas, cada vez, em partes diferentes. Na verdade, na primeira vez que assisti, não derramei uma lágrima - até achei o filme engraçadíssimo e tal. A parte cômica é bem interessante mesmo. Mas o que pega de verdade são as cenas onde os personagens, de uma forma ou de outra, abrem seus corações. Não quero decepcionar, mas eu sou, em certo grau, uma idealista, uma romântica. Aquela cena da Keira Knightley descobrindo que o amigo filmou somente ela na festa de casamento é desconcertante. Assim como a cena do amigo batendo à sua porta com os cartazes e o rádio. A cena do inglês escritor e da portuguesa que arruma a casa, que vão no carro sem se entender com palavras, mas se compreendendo totalmente. A cena do Hugh Grant lendo o cartao de natal da secretária e se dando conta que todo o resto não importa. Nossa, muitas cenas pegam. Por mais que seja um filme pronto pra desencadear esse tipo de reação óbvia, por mais que a pieguice seja a palavra de ordem, as cenas pegam. A trilha sonora também ajuda. Muitas músicas boas em cenas que alfinetam - o que, pra mim, tem o mesmo efeito da bomba atômica em Hiroshima. Como as pessoas sofrem, meu deus. Eu falo assim, as pessoas, pra ver se consigo me dissociar da angústia. Será que, no fim das contas, nesse monte de filmes recortados que formam a nossa vida, fazemos o suficiente pra sermos felizes? Será que lutamos o suficiente? Será que somos capazes de abandonar nossa zona de conforto e ultrapassar a barreira do meramente razoável em função de alguma coisa que, de fato, valha a pena? Será que outros também têm esses lapsos de confusão? Quem mais sai da estrada da lucidez pra pensar que jogamos um jogo de regras injustas? Não sei responder...Tudo, agora, me vem tão confuso e complicado. As frases mesmo me vêm feias e deslocadas. Mas, ao menos aqui, pelo que pulsa do lado de dentro, vou abrir mão de ser agradável à leitura para ser vulnerável, intensa e crua.

5 comentários:

Anônimo disse...

...é que talvez fazer o suficiente nunca seja...suficiente...

Luciana F. disse...

sim, a eterna insatisfação do indivíduo...é como doença incurável...mas, hoje, estou cansada...e mesmo que eu não me contente com o suficiente, mesmo assim, vou fingir que paliativos não são temporários e vou ficar submersa onde não ouço nem mesmo meus gritos...só hoje...

Anônimo disse...

sol, banho gelado, música e compras já! não deixa ela chegar perto de ti!
a maldita depre!
bjs.
andré.

Luciana F. disse...

ok, acho que vou usar outras alternativas, mas não vou deixar ela me pegar, pode deixar!....rsrsrs...bjossss!!

Anônimo disse...

A vida é simples, nós que que insistímos em complicá-la permanentemente.