domingo, 30 de setembro de 2007

Insights da madrugada*

(*com delay de postagem por culpa do Vista)

Tive um insight horripilante. Dois, na verdade. Um: apesar de não parecer, tenho medo de rejeição. Dois: apesar de dizer que não, quero saber se as pessoas podem se influenciar com meu pensamento.
Insights nem sempre são coisas lindas, inspiradoras, idéias brilhantes para alguma ação prática que modifique a vida. Insights podem ser tapas na cara. Auto-tapas. Por mais insano que isso possa parecer. Claro, ainda assim, é terapêutico. Sempre é.
O da rejeição, por exemplo, veio agora. Neste exato momento. São duas da manhã e quando pensei em escrever, fiquei com medo de que a pessoa que está ao meu lado na cama pudesse me achar ridícula por eu ter me identificado com a personagem de um filme recém visto. Outro medo foi o de que ele visse que eu eventualmente tenha de deletar uma frase e reescrevê-la, demonstrando que não sou tão inteligente quanto ele pensa. E que, apesar de ter essa necessidade de escrever, não é sempre que as frases vêem à cabeça e saem pelos dedos como deveriam.
O medo da rejeição deve afetar oitenta por cento da população, eu sei. Os outros vinte por cento, ou são muito novos para se angustiarem com iss ou são velhos o suficiente para não darem importância.
O outro insight, o que me motivou a escrever no meio da noite, foi o reconhecimento da minha necessidade de saber que as pessoas se importam com o que sai da minha cabeça e se isso pode, de algum modo, ter influência nas suas vidas.
Não a influencia do tipo que alguma autoridade teria, mas alguma interferência no pensamento das pessoas. Para o bem ou para o mal. Eu, na verdade, gosto de saber que meu pensamento externado pode mexer com alguém. É o ego, eu sei. Esse déspota dentro da minha cabeça.
A dúvida me persegue. Será que alguém acha minhas idéias, de algum modo, interessantes? E se dizem que sim, por que tenho tanta dificuldade em aceitar?
E por que essa angústia me consome mesmo sabendo que é plenamente aceitável não ter respostas pra tudo?
Por outro lado, não quero ter a imagem de quem tem a mente tão conturbada a ponto de ser incapaz de viver na normalidade do dia-a-dia.
Preciso escrever (e pensar) mais sobre trivialidades...

7 comentários:

Anônimo disse...

Eu entendo que um pensamento, pelo simples fato de ser gerado, já afetou a vida de muitas pessoas. Talvez seja por isso que eu acredite que o que esteja sendo pensado na Groenlândia afetará meu dia-a-dia. Mas, deixando de ser tão abstrato, sim, também me precupo com que meu pensamento influencie de alguma forma outrém. É uma grande ansiedade que tenho e passo por muitos momentos matutando formas de materializar essa influência...por ex...formas subliminares...pois talvez se isso for feito de forma consciente, enfrente resistência de outros egos...enfim...eis minha contribuição ao teu post. Saludos!

Luciana F. disse...

formas subliminares....hm...que espertinho tu,hein, dr. marcelo?!...achei que só eu era manipuladora....hehehe....precisamos conversar mais sobre isso!!!

Anônimo disse...

a vida pode ser simples ou complexa, depende do óculos que estamos usando quando fazemos essa leitura! sim, existem, e muito, as questões subliminares, que são um refinamento, uma sofisticação, em nossas relações pessoais e interpessoais. são uma forma inteligente e sutil de nos relacionarmos. enfim, Lu, tu é importante para mim e influencia a minha vida...simples, complexo, não sei, só sei que a vida é uma maravilha!!!

Anônimo disse...

Penso que é da natureza do ser humano ser manipulador...Em crianças já se nota esse comportamento...Consciente ou não...estamos sempre tentando manipular...de acordo com nossos desejos...Talvez Nietzsche tenha razão qdo diz que não existe nada que o ser humano faça que não vise um benefício próprio...embora ainda não tenha certeza de que isso esteja certo...

Anônimo disse...

tu já imaginou o saco que seria se tu tivesse respostas para tudo?!
nada pior nesse mundo que um sabichão. a graça desta vida está no não-saber. Não saber se o amanhã virá, e se vier, o que trará. Ahhh... eu gosto muito de não saber coisa nenhuma e todos os dias descobrir coisas novas. E no dia seguinte, saber mais alguma coisa que muda totalmente o que eu pensava que já sabia. A gente morre e não sabe tudo, graças a Deus.
Ah! E eu adoro esse blog!
Se ele não me influencia a ponto de acordar no meio da noite, ao menos me faz querer ter pelo menos um minuto pra ler as coisas que te fazem acordar no meio da noite.
beijocas com saudade,
grazih

Luciana F. disse...

graziiiii! q saudades!!!

Anônimo disse...

Este é meu primeiro comentário no blogdalu.com, apesar de ser um leitor assíduo. Vou tentar escrever alguma coisa séria para contribuir. Gostaria de agradecer aos amigos que se abstiveram de postar comentários questionando a omissão do indivíduo deitado ao lado na cama em relação aos compromissos conjugais, especialmente as duas da manhã! Pior que eu nem lembro que filme era...