quarta-feira, 24 de março de 2010

Ar rarefeito

Eu sempre digo que turbulência não é nada. Até caírem as máscaras de oxigênio, ninguém precisa se alarmar. E ainda não estão caindo. Portanto, aperta-se mais o cinto e pronto. Esperar a turbulência passar. Sempre foi assim. Cada vez me sinto mais impulsionada a não dar importância ao que a maioria julga importante. Ah, e como julga essa tal de maioria! Pergunto-me se as grandes cabeças da humanidade pagaram preços muito altos pela autenticidade. Já sei a resposta; claro que pagaram. A questão é que nós, mortais, pagadores de contas de telefone e de supermercado, ou somos muito egoístas ou somos muito covardes. E o tempo é senhor de dar alfinetada, especialmente antes de dormir. Bate a contabilidade existencial e, voilá, continuamos no vermelho. Mesmo que na década passada, no ano passado, na semana passada ou no minuto passado tenhamos prometido mundos e fundos às nossas vontades fora de esquadro. Onde estão as chaves?

("Wisdom comes with winters" - O. Wilde)

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