segunda-feira, 8 de junho de 2009

Lucy e eu

A burrice humana é insuperável em desdobramentos dos mais diversos.
(Estou, aqui, a fazer uma auto-análise, na verdade.)
Independentemente de quantos volumes do tratado da psicanálisea a pessoa tenha lido na vida ou de quantos idiomas esteja apta a ler as mais variadas teorias filosóficas, econômicas e sociais; independentemente das páginas e páginas de literatura acumuladas no acervo mental e das diversas análises existenciais realizadas com ou sem auxílio profissional; independentemente de um monte de outros elementos cuja existência denota traços de uma inteligência ao menos razoável, o ser humano ainda tropeça nos reflexos do instinto de sobrevivência mais cru e primitivo que possui.
Reajo como provavelmente reagiria Lucy, na Africa, há de 3 milhões de anos.
Na primeira ameaça de perigo, contra-ataco sem pensar. Sem pensar, inclusive, que não há, de fato, perigo algum e que a parte réptil de meu cérebro me pregou mais uma peça.
Tomo o racional e o lúcido como inimigo, pois, tomada pela ira decorrente do instinto mais baixo de conservação, esqueço das idiossincrasias humanas.

Depois, como cão que morde o dono com mais força do que deveria, me arrependo. Colocaria o rabo entre as pernas, se o tivesse, e sairia a lamber mãos em troca de perdão.
Por que perdemos o tino de vez em quando, hein?
Meu cérebro funciona sem parar em níveis complexos diariamente. Será que é pane por falta de manutenção?
Bom, minha vantagem sobre a Lucy é que eu nasci depois do advento da terapia cognitivo-comportametal e posso acelerar meu aprendizado.
O problema são os danos de percurso. Não tenho apólice de seguro emocional, mas estou disposta a pagar as indenizações, sim. E de jelhos, se precisar.

DISSE O DALAI LAMA: "Na nossa vida, cultivar a tolerância é muito importante. Com tolerância, pode-se facilmente superar as dificuldades. Caso você tenha pouca ou nenhuma tolerância, ficará irritado com as mínimas coisas. Em situações difíceis, terá reações extremadas. Em minha vida, já refleti muito a respeito desta questão e sinto que a tolerância é algo que deve ser praticado no mundo inteiro, no seio da sociedade humana. Mas, quem nos ensina tolerância? Pode ser que seus filhos o ensinem a cultivar a paciência, mas é seu inimigo quem irá ensinar-lhe a prática da tolerância. O inimigo é seu mestre. Mostre-lhe respeito, ao invés de ódio. Dessa forma, a verdadeira compaixão irá brotar de seu interior e essa compaixão é a base de tudo aquilo que você é e acredita.
Bens e compensações materiais são absolutamente necessários à sociedade humana, a um país, a uma nação. Ao mesmo tempo, o progresso material e a prosperidade somente não podem levar à paz interior. A paz interior vem de dentro. Portanto, nossa atitude perante a vida, perante os outros e principalmente em relação às nossas dificuldades conta muito. Quando duas pessoas enfrentam o mesmo problema, atitudes mentais distintas fazem com que o problema seja de mais fácil resolução para uma pessoa do que para outra. Desta forma, o que realmente nos diferencia é a perspectiva interna de cada um."

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