domingo, 27 de julho de 2008

Voa, tempo, voa.

Antes, eu gostava de ficar comigo pensando nas maneiras de girar as paredes do cubo colorido de modo a deixá-las em cor uniforme.
Antes, não havia o incômodo de mim mesma e , se havia, era mudo ou bem-educado.
Antes, o ar respeitava meus pensamentos e fazia suas viagens sem ser notado.
Antes, o meu vazio era um quebra-cabeças e o só tempo traria as peças de céu.
Agora, tenho essa doença de não poder parar que entristeço.
Agora, não consigo preencher as lacunas com nuvens que viram algodão-doce.
Agora, tenho pânico de parar sozinha um minuto.
Agora, o ar é tóxico e o chão é trêmulo se estou comigo apenas.
Eu quero que o tempo pare quando eu mandar e voe quando eu quiser.

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