domingo, 15 de junho de 2008

Se o Ernesto fosse vivo...

O pessoal comentando o aniversário do Che Guevara e tal, sempre aqueles comentários de socialismo rançoso e um saudosismo de sabe-se-lá-o-quê, porque a maioria dos que mitificam o homem mal leram os manuais básicos de história, quiçá algum estudo aprofundado sobre a máquina da revolução cubana e suas nefastas redes soluções ilusórias - que conquistaram uma geração dependente de ídolos (e seus filhos compram no shopping as camisetas com o famoso rosto!).
Bom, mas não estou aqui para discutir o conhecimento histórico de ninguém e tampouco inclinações ideológicas.
Minha intenção é ser rasa mesmo, ainda que fuçar no relicário dos vermelhos de forma tão fútil e politicamente incorreta possa me valer uns insultinhos por aí.
Estava eu pensando que se o Ernesto tivesse a oportunidade de ser uma mulher de trinta anos no anos 2000, rapidamente desejaria voltar à Sierra Maestra e continuar a guerrilha. Creiam, qualquer Batista é fichinha perto do rol de demandas que nosso cérebro impõe diariamente.
Ora, convenhamos, um único objetivo na vida, sem preocupação com o equilíbrio da vida pessoal com a profissional, sem a necessidade de ser extremamente inteligente e fisicamente desejável ao mesmo tempo, sem contas a pagar, sem relógio biológico a controlar, com sobra de tempo para defender ideais e filosofar livremente enquanto fuma charutos, usar sempre a mesma roupa, ser financiado e virar herói.
Por favor, deita a pessoa numa mesa de depilação, depois de dez horas de trabalho e antes de estar deslumbrante para encontrar o namorado e me diz quem tem que virar mito!
Sempre achei lindo ser idealista, juro. Mas ler Galeano em plumas de ganso e bebendo um bom pinot são outros quinhentos. (Na universidade federal a gente convive com a nata da esquerda montada na grana; ainda lembro bem).
Sim, eu li e continuo lendo todos os grandes filósofos e relatores do mundo, independentemente da bandeira que carregam. Sou loira e meu cérebro é recheado de conhecimento. Apenas não sou hipócrita o suficiente para renegar as benesses de hidratar o cabelo com creme pago em dólar.
Pior são os que....bom, leiam os jornais e escolham os seus exemplos.
De qualquer modo, eu acho que o Ernesto, se fosse vivo, estaria lendo isso de seu blackberry...

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