terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Meditação drive-thru

Sempre que eu começo a cultivar problemas, tento buscar alguma alternativa para me livrar deles o mais rápido possível. Estava aqui regando meu jardim de pepinos e lembrei do Lama Rimpoche. A consciência da impermanência. Tudo é passageiro, inclusive nós mesmos. Em determinado grau, em razão dessa contemplação, podemos nos distanciar do foco do sofrimento a ponto de fazê-lo desaparecer. Neste estágio, então, ele já desapareceu. O exercício é árduo. A comodidade decorrente da auto-piedade é tentadora. Mas revoltar-se é necessário, quiçá imprescindível. Eu diria até que é vital, sob pena de antecipar a morte da essência. Matar o essencial e continuar vivendo é o fim. Prefiro seguir lutando contra meus demônios e ser fiel à alma do que ser um vegetal social. Caso contrário, não levanto da cama de manhã.
(ok, segue o baile)

2 comentários:

Anônimo disse...

Não que contestar a sabedoria budista - afinal quem sou eu, mas não consigo entender uma coisa: concordo que estamos de passagem pela vida, mas a idéia é passar por ela e tentar resolver "os problemas" antes de irmos embora, correto? Senão não tem graça né. Afinal, no dia que a contemplação cobrir meu cheque especial serei o primeiro a me mudar para o Templo. Ok, não quero dar uma de "inespiritual", mas adoraria contemplar a imensidão azul da vida em qualquer cabana em BoraBora!
Cris.

Luciana F. disse...

problemas estão sempre pela volta e devem ser solucionados de forma prática (aliás, praticidade é meu nome), mas a questão está em como, dentro da cabeça, lidamos com as adversidades...a influência do problema sobre nossa postura, isso sim é passível de modificação pela consciência da impermanência - que é justamente a opção pela descontrução mental da confusão...e, do lado de fora, as coisas passam a ter outra dimensão...trust me, funciona...