segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Diga-me como compras pão e te direi quem és

Você está no supermercado ou na padaria e na sua frente a pessoa pede seis pãezinhos. A atendente pega o saquinho e quando vai pegar o primero, ouve o seguinte: os mais clarinhos, tá, moça?! Ou, ainda: não, esse não, pega aquele lá da ponta, mais escurinho. Daí eu me pergunto o seguinte: há realmente alguma diferença entre os pães de uma fornada? Quer dizer, você sai do trabalho, passa no supermercado morrendo de fome, louco pra chegar em casa, fazer um sanduíche e cair morto e tem uma pessoa na sua frente que elege o pãozinho, um a um? Daria um estudo antropológico razoável. Quem é essa pessoa que difere o pãozinho mais ou menos assado, num universo de centenas de pães indigentes? Sim, porque o pão francês é a âncora do cotidiano. Prescinde (e isso me parece tão óbvio) da análise prévia de sua tonalidade para que sirva de lanche. Se fosse um baguete, ok. Se fosse um pão italiano, vá lá. Estes sim demandam olhar um pouquinho mais atento. Mas o pão francês, vulgo cacetinho (aqui na província), esse que se compra aos montes, faça-me o favor. Isso não quer dizer que eu não seja seletiva ou chata em um determinado grau, mas há coisas que ultrapassam o limite do bom senso e viram comédia da vida privada.
(é o que saiu da cabeça por enquanto...)

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