sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

(devaneios)

Pensando na hora do amanhã, me perco na lua cujo reflexo ilumina o tempo ainda distante. O pensamento atinge o que da mão dista quarteirões inteiros e ruas pela metade. A distância se desfaz quando os olhos se fecham e o som das ondas futuras, mesclado aos tons das melodias de ontem, dissipa a asfixia do agora. O ar que me sobrará no tempo que não chega é o mesmo que me falta quando sobra o silêncio eloqüente dos olhos que sorriem. O coração só entende sua própria língua e se enfurece pelo discurso abafado, pelo pulsar amordaçado. A realidade só traduz em degraus os mil sonhos do agora que, vestidos de gala, esperam ansiosos a subida da cortina de veludo do futuro.

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