domingo, 16 de dezembro de 2007

Soltando o reboque

Já escrevi, aqui, sobre a culpa. O sentimento é recorrente, por isso vale mais algumas linhas. A pessoa sente-se culpada por estar feliz. É o fim da picada. É a fronteira da doença mental, só pode. Como um sentimento desagradável desses pode acompanhar um sensação tão boa? A culpa é o reboque da felicidade no mundo moderno. A que ponto chegamos. Será que, mesmo que existíssemos independentemente da influência externa, ainda assim haveria culpa? Ou ela é apenas o reflexo negativo da expectativa alheia sobre nossos atos? Talvez seja isso mesmo. Estar feliz, estar radiante, enfim, estar bem e, ao mesmo tempo, recriminar-se por isso. Não é consciente, não é racional - até porque não sou dada à auto-sabotagem. Mas ela está lá, a culpa de sentir-se no topo do mundo, de olhar as nuvens pela janela e sorrir, de acordar no meio da noite e ver que não é sonho, de sublimar a dor e saber que vale a pena, de ultrapassar os limites, de não dar a mínima pro mundo convencionado...Tudo isso gera culpa. A solução é extrair tal sentimento dos demais, separar o joio do trigo, desconstruir o monstro que geramos na nossa cabeça e permitir que as coisas boas se apresentem como de fato são - simplesmente boas! E não perder-se nos perigosos labirintos mentais. Eu definitivamente consigo fazer isso. E você?

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