domingo, 9 de dezembro de 2007

(des)construção do tempo

A incerteza do futuro, às vezes, me consome. Eu sei que apenas o passado é certo e descritível. Ainda assim, há certo desconforto na imprecisão do amanhã. Talvez porque saiba que o amanhã é filho do hoje e este, animal arisco, demanda pulso forte no comando - senão tende a dispersar e até repetir-se em sua finitude. Gostaria de abrir os olhos no amanhã, sem a sensação de ter perdido o ontem. O tempo é o algoz dos sonhadores. Os sonhos, por sua vez, desprezam o relógio assim como a onda ignora que morrerá na praia.
Eu quero desaprender a noção do tempo. Eu quero desaprender as regras. Eu quero que o tempo seja tão curto e tão longo, que os sonhos, de tão atordoados, resolvam não ser mais sonhos e transformem-se em realidade.

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