sábado, 10 de novembro de 2007

Window of Possibility


Li um texto muito interessante sobre a perspectiva da vida humana em relação ao universo. A partir da foto “Ultra Deep Field” tirada pelo telescópio Hubble da NASA, foi analisada a quase incompreensível grandeza do universo e a posição do homem dentro deste sistema, enquanto matéria e energia. Esse assunto me fascina. Não tanto em função do mistério astronômico em si (por que achamos que estamos sozinhos no universo, se existem talvez cerca de 100 bilhões de galáxias lá fora?), mas em razão de que o infinito jogado na cara demonstra que nós, seres humanos, trabalhamos apenas com as possibilidades que entendemos factíveis. Daí, em sendo nossa mente limitada – infelizmente -, pelo entorno em que vivemos e pelos aprendizados mentais dali extraídos, concluo que, em perspectiva universal, somos praticamente cegos. Explico-me melhor: quando lembro que estamos inseridos em um sistema infinito, ainda que tal conceito me seja surreal, penso que, diariamente, somos limitados por nossa falta de visão de infinitas possibilidades além das que temos como viáveis. Justamente por não termos noção de que entre nós e a nossa realização existem milhares de possibilidades, causas e conseqüências, acreditamos, às vezes, que apenas o que nos defronta é o que realmente existe. E isso tudo em relação à matéria, ao tempo e à velocidade das coisas. Tudo, mas tudo mesmo, é relativizado pela perspectiva do infinito. Uma passagem do texto diz que “the Hubble Ultra Deep Field is an infinitesimally slender core-sample drilled out of the universe. And yet inside it is enough vastness to do violence to a person's common sense. How can the window of possibility be so unfathomably large?”.Ora, se em apenas uma foto de um pedacinho do universo há muito mais possibilidade do que a mente humana é capaz de entender, o que dizer de um momento qualquer da vida em que bilhões de células trabalham enlouquecidas para manter funcionando uma entidade material que, além de tudo, é consciente – ainda que pouco – de si? Sim, a foto do pedacinho do universo pode ser comparada a um segundo de nossa existência. E, vejam, em um segundo apenas, infinitas possibilidades. Abrir os olhos é mais do que necessário. Há que se elevar o pensamento, portanto. Ah, e quem tiver interesse no texto: http://www.bleepingherald.com/nov2007/hubble

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