segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Choveu

Choveu. E ainda assim quero mais. Ainda que o mais não seja propriamente a água. E sei que a água não é propriamente a cura. Quero, sim, apesar de tudo, a tempestade que esvazia a alma da inquietação insuportável que queima. Choveu. E ainda assim não satisfez. O som fez menção de aplacar o fogo, que, no silêncio, se espalhou. E o oposto da esperança tomou corpo. Ardeu no vento que, da alma, só lavou a tentativa se expor. Choveu. E ainda assim quero mais. Que chova até o limite da lágrima do olhar imaginado, da palavra engasgada e do suspiro relegado.

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