terça-feira, 21 de agosto de 2007

Tempo

Ando enlouquecida com muitas coisas para fazer e pouco tempo. Em função disso, e também por ouvir inúmeras reclamações de falta de tempo de outras pessoas, comecei a pensar na idéia que temos do tempo em si. Tratamos o tempo, de uma maneira geral, como um bem escasso e valioso, que apenas os muito afortunados possuem de sobra e que nós, vis mortais operários do sistema, vemos rapidamente escorrer por entre os dedos.
Pensei que talvez essa visão do tempo não seja a mais adequada e que, justamente em razão dela, não conseguimos fazer com que ele trabalhe em nosso favor.
Acabamos sendo escravos da hora, essa déspota que corre desvairadamente e nos deixa para trás, exaustos.
Em meio às minhas leituras de lazer, achei uma passagem de Schopenhauer que me fez cair a ficha:
Diz ele:
"O tempo é aquilo que faz com que a cada momento, tudo se transforme em nada nas nossas mãos, perdendo, portanto, todo o seu valor."
Sim, o tempo, na verdade, é o medidor do grau de importância das coisas.
Por que, então, pisar tão fundo no acelerador, se amanhã, tudo que imediatamente me incomoda hoje virará mera lembrança de alguma sensação desconfortável?
O tempo, portanto, não é o senhor da vida. Aliás, o tempo não tem nem personalidade própria.
Ele é, na verdade, um acessório ao fatos - e não o elemento de central importância.
Percisamos enxergar, em prol de nossa sanidade, que temos todo o tempo do mundo e que fazemos dele o que bem quisermos.

(Take 2. Cena 1. Close em mim, olhando de lado para a câmera, com expressão de desconfiada e blasé, simultaneamente. Ação. "Seria interessante que eu seguisse meus próprios conselhos...". Corta.)

Um comentário:

Anônimo disse...

"An unhurried sense of time is in itself a form of wealth."
Bonnie Friedman

Kaks