domingo, 19 de agosto de 2007

Point of view

Disse uma imbecil qualquer em uma entrevista igualmente imbecil: "ah, sei lá, eu sou uma pessoa super simples".
Primeiramente, confesso que estava tentando desopilar a cabeça de coisas que ultimamente andam me angustiando e tentei, durante 5 minutos, ver TV.
Realmente, é difícil.
Quando eu tinha 20 anos (não estou dando uma de velha ranzinza, longe de mim - até porque sou gostosa demais pra isso), também tinha essa idéia de que as pessoas eram complicadas e que eu era super simples, gostava das coisas simples da vida e tal.
E não estou falando de coisas materiais não. Estou falando do que habita no coração e na mente.
Por um lado, é até louvável que a criatura busque essa simplicidade primaveril, mas daí a achar que uma PESSOA pode ser "super simples"....Ora, faça-me o favor. Claro, eu sei que tais declarações são decorrentes da pouca substância de quem as diz, mas não sejamos ingênuos a ponto de considerar que nosso cérebro é simples. Nem o novo sistema de tributação da receita federal, apesar do própri nome, é super simples, for God's sake!
E vejam que eu me considero bem desencanada de várias coisas que atormentam o "homem médio". Mesmo assim, meus neurotransmissores me dão um baile. Eita correria.
Não me entendam mal, eu realmente gosto de que as coisas sejam simples - quem me conhece bem sabe que sou objetiva até demais.
O que me irrita é essa gente que acha que ser "super simples" é cool. É como dizer que se vive numa casa de campo, de vestido florido, num jeito Pollyana de ser.
Evidente que à entrevistada, pobrezinha, falta comer muito arroz com feijão (ou chocolate belga).
Não conheço ninguém cool que não seja deliciosamente complicado.
Por isso, assumam suas complexidades. Let your hearts/minds lead you to places unknown.
Nada mais atraente do que um mistério pedindo para ser desvendado.

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