quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Carta do dia que morre

O dia de hoje, prestes a morrer, faz um inventário de seus acontecimentos e reflete sobre seu sucessor.
Diz ele:
"É a iminência do fim que impele o pensamento a voltar-se para dentro do indivíduo. Tudo que por mim passou hoje, simplesmente passou. Sob o sol, sob chuva. Passaram as horas, as pessoas, os carros, os olhares, as palavras. Em minha curta existência, de 24 horas, percebi que os que de mim se queixaram, o fizeram por falta de entendimento dessa coisa maior que é a vida. Vi também que muitos me evitavam, queriam que logo me fosse. Outros, passavam por mim com uma pressa incompreensível. Sim, porque se eles soubesse que nunca mais me veriam, talvez tivessem um pouco mais de calma. E de fato não me verão mais. O que me sucede é diferente. Pode até ter meus traços, minhas memórias, mas jamais será como eu. Eu sou único. Feliz daquele que me conheceu intensamente e pode extrair o melhor de mim."
Sábio esse tal de dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nice thoughts..
Karica